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  • Foto do escritorVivian Laube

PARA OS MONSTROS, NÓS SOMOS OS MONSTROS.

Eu estava assistindo uma série - sim, eu amo assistir séries, e numa cena, uma menina lia um livro para um adulto e disse esta frase:


PARA OS MONSTROS, NÓS SOMOS OS MONSTROS


O adulto não entendeu muito bem e ela foi explicar: é sobre todos sermos iguais.

Ou seja, todos temos medos, todos atacamos quando nos sentimos atacados. Usamos dos mesmos recursos para nos proteger.


Numa analogia, pensei que quando entramos numa mata, corremos o risco de sermos atacados por formigas, se pisarmos no caminho delas ou em sua morada, de sermos picados por uma cobra, por uma aranha, por invadirmos seu território. A questão é, nós somos os monstros para estes animais – e somos mesmo. Mas quando vamos relatar o fato, tornamos os animais os monstros que nos atacaram. Pois é.


Trazendo de volta para nossas relações interpessoais, quando consideramos alguém um monstro? Normalmente quando fala conosco de um modo que não gostamos. Não vamos aqui falar sobre questões de agressão e abuso, mas das nossas conversas do dia a dia.


O monstro pode ser um chefe, um colega, nosso(a) companheiro(a), nossos pais. Quando somos criança, é fácil achar que nossos pais são uns monstros, não é mesmo? Até porque eles são bem maiores que nós, e apontam aquele dedo na nossa direção e gritam conosco. Sim, são verdadeiros monstros.


Vamos pensar numa situação entre adultos, onde alguém aumenta o tom de voz ou chega até a gritar. Isso acontece nas suas relações? Nas minhas sim, por vezes sou eu esta pessoa que grita.


Segundo Marshall Rosenberg, toda violência é a expressão trágica de uma necessidade não atendida. Ou seja, eu grito porque minhas necessidades não estão atendidas. Mas que necessidades são estas? De que o outro faça o que eu quero? Não, é bem mais complicado porque requer autoconexão e autoconhecimento daqui para frente.


Necessidades são nossos valores, o que é importante que aconteça na nossa vida e não estamos percebendo naquele momento. São universais, mas despertam em cada um de modo diferente. Talvez eu grite porque precise de reconhecimento, valorização, ser vista, ser escutada, empatia, cuidado, amorosidade. Talvez meu grito seja de desespero para chamar a atenção do outro sobre o meu ser, que está sofrendo, ou está com raiva, e tem suas razões para isso.


É aqui que podemos virar a chave nas nossas relações.


O primeiro passo para criar condições para uma conversa é estabilizar os ânimos. Se eu entrar na emoção do outro, vai dar briga de egos: quem está certo e quem está errado, quem tem que mudar,... Agora, se eu conseguir perceber que o grito do outro tem a ver com as dores dele e não comigo, eu posso oferecer a ele empatia através de uma escuta ativa, na intenção de compreender o que está por trás daquele grito.


Precisamos ter nossas dores validadas, reconhecidas pelo outro. Quando isso acontece, conseguimos baixar a guarda e vir para uma conversa mais assertiva.


Aprender a Conversar é fundamental para construir este caminho de empatia e autenticidade.



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