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  • Foto do escritorVivian Laube

A importância da linguagem na comunicação não violenta.




Nesta semana, tive contato com um material riquíssimo, do Instituto CNV Brasil, no qual a autora Jade Arantes, apresenta os 5 aspectos principais que a Comunicação Não Violenta aborda:

Linguagem

Comunicação além da linguagem

Visão de mundo

Uso do poder

Consciência de nossa interdependência


Gostaria de refletir, neste artigo, sobre o primeiro aspecto: a linguagem.


A linguagem é a expressão do pensamento, e pode acontecer de forma verbal - palavra, não verbal – gestos, imagens, expressões faciais, entonação da voz, e ainda, uma mistura das duas, denominada linguagem mista ou híbrida.


Ela serve para comunicar ou compartilhar informações, mas é também a expressão de identidade e de estratificação social.


É um sistema de comunicação que permite aos seres humanos o compartilhamento de sentidos, e, neste caso, realça a função social.


Em seus estudos, o psicólogo Dr. Marshall Rosenberg identificou elementos na linguagem que criam rótulos, separando as pessoas em dois grupos: “bons” e “maus”:

ativistas – terroristas

corretos – corruptos

altruístas – egoístas


Estes rótulos fortalecem a polarização e impedem a empatia, além de justificar práticas de punição e recompensa, já que os bons merecem ser aplaudidos e os maus merecem ser vaiados.

O poeta Rumi escreveu que “para além das ideias de certo e errado, existe um campo, e eu encontro com você lá”.


A Comunicação Não Violenta nos ensina sobre a importância da escuta e da curiosidade sobre o outro, sobre suas ideias, pensamentos, atitudes. De onde elas vêm? Qual a razão para ele pensar ou agir assim?


Ela nos convida a olhar para os fatos sem julgar, porque a minha opinião e pensamento, são repletos de julgamentos. Tudo o que eu falo para o outro, já vem com a minha experiência de vida, meus valores e meu humor naquele momento. Vem com um tanto de informações a mais, que só atrapalham a comunicação.


Quando escuto as pessoas se manifestando sobre algo que acreditam, de modo intenso e fechados para ideias diferentes das suas, eu fico bem preocupada. Porque não há aprendizado, nem crescimento, muito menos acordo que seja possível quando as duas partes estão convictas de suas opiniões. Não há escuta quando não me interesse pelo que o outro tem a dizer, ou quando escuto para responder e não para entender. E não há conexão quando as pessoas não se abrem para conhecer as razões do outro.


Fico pensando quantas vezes, nos meus 56 anos de vida, eu agi deste modo. E me sinto extremamente privilegiada por ter conhecido um caminho que me ajudou a entender que as coisas não precisam ser deste modo. Que eu posso sim ter minha opinião, e não abrir mão dela, mas posso escutar o outro e suas razões, com respeito e curiosidade. No mínimo, eu irei ter uma compreensão melhor de onde vem a sua opinião, mesmo não concordando com ela. Isso é libertador!


Entretanto, isso não tem nada a ver com passividade, nem com concordar para não discutir. O debate e o posicionamento de ideias são necessários para que desenvolvamos uma sociedade melhor e mais justa.


Mas a arrogância da certeza emburrece e cria muros.


Cada vez mais me questiono em relação a educação que damos aos nossos filhos: como somos pouco curiosos sobre o que eles pensam e sentem e como usamos do poder e autoridade para determinar o que é o certo e o que é o errado. Quantas vezes fazemos com que se sintam culpados e envergonhados por atitudes que tiveram.


Será que vamos construir uma sociedade mais empática se continuarmos a ter os mesmos olhares e comportamentos? Será que nossas empresas atingirão seus objetivos se continuarem a focar no erro e na culpa, deixando seus colaboradores com medo e vergonha? Será que o meu certo é o único caminho para a situação que se apresenta? Será que o meu modo de amar, o meu modo de comer, a minha preferência musical, o meu modo de vestir e me comportar, são realmente os mais adequados?


Será que não estamos precisando nos libertar destas ideias de certo e errado e abrir o campo para aprender a conversar?


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