Pelo lado da minha mãe, sou descendente da Família Schäfer, uma família formada basicamente por mulheres fortes e resilientes.
Neste domingo, dia 24 de novembro, tivemos mais um encontro reunindo membros da 4ª à 7ª geração. Estes encontros iniciaram 35 anos atrás, quando minha mãe, Leci Marisa Arsand Laube, após pesquisar a história da família, decidiu reunir todos num grande encontro. Ela não está mais presente, mas deixou nossa história escrita e possível de ser acessada não somente nas células e comportamentos que carregamos, mas também, visualmente. Isso não tem preço.
Bert Hellinger, alemão, ex-padre católico que estudou psicanálise, análise transacional, terapia primal e muitas outras abordagens terapêuticas, sintetizou seus conhecimentos no que hoje conhecemos como Constelação Familiar.
Muito simploriamente resumindo, Hellinger nos ensina que trazemos em nosso comportamento uma consciência (inconsciente) que nos faz repetir o destino de outros membros do grupo familiar. Ele as chama de “ordens do amor” que referem-se a três princípios norteadores:
- a necessidade de pertencer ao grupo ou clã.
- a necessidade de hierarquia dentro do grupo ou clã.
- a necessidade de equilíbrio entre o dar e o tomar nos relacionamentos.
Para o que isso serve? A Constelação Familiar, utilizada inclusive em processos jurídicos, nos ajuda a curar nossos relacionamentos liberando-nos de padrões de comportamentos que se repetem nas famílias e grupos familiares ao longo de gerações. Nos ajuda a curar os laços, os vínculos e as desconexões.
Conhecer nossa família, respeitá-la, honrá-la e amá-la nos faz seguir em frente, ter liberdade de fazer escolhas e não repetir histórias e funcionamentos que não são nossos.
Nas nossas relações pessoais e profissionais, levamos em nossa bagagem todas estas referências e comportamentos, que por vezes podem ser repetições de nossos antepassados.
Ao praticarmos a comunicação não violenta, nos deparamos com situações na quais, nem mesmo usando a linguagem da compaixão e da conexão, conseguimos conversar com outro. Quando isso acontece, precisamos checar se estamos nos comunicando a partir de fatos, ou de julgamentos.
Toda vez que emitimos uma opinião, um juízo de valor sobre o acontecido, uma mágoa, um sentimento, uma necessidade não atendida, quando ainda não conseguimos nos referir ao fato propriamente dito e concordarmos sobre ele, não geramos conexão como outro e não temos diálogos de fato, mas batalhas para provar quem está certo, e quem está errado, quem é culpado, e quem é inocente, quem é a vítima e quem é o opressor.
Nossos julgamentos, pensamentos, opiniões, vem especialmente da nossa história de vida e educação, ou seja, daquilo que vimos, vivemos ou até recebemos através dos tempos, dos nossos antepassados.
Uma conversa que parte de julgamentos, não chega a lugar nenhum.
Para termos conversas mais saudáveis, não basta aprender técnicas, é preciso, antes de tudo, autoconhecimento, saber de si, cuidar de nossas relações familiares, perdoar, acolher, reconhecer, cuidar, amar. E isso não depende do outro, depende tão somente de nós mesmos.
E se não tivermos condições emocionais para isso, talvez seja o caso de olharmos mais fundo para a questão e cuidarmos dela. A constelação familiar pode ser um caminho. Importante lembrar que, quando geramos filhos, eles levarão com eles estas mesmas histórias, e possivelmente seguirão repetindo crenças, padrões e comportamentos se não nos curarmos antes.
Vivian Laube
LF Comunicação Integrada
@lfcomintegrada
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